domingo, 6 de junho de 2010

Fecombustíveis: biocombustíveis responderão por 70% da demanda veicular até 2018

O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, disse que os biocombustíveis responderão por cerca de 70% da demanda veicular entre 2017 e 2018.
Ele fez a afirmação ao participar, nessa quinta-feira (13), da divulgação do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2010. O relatório apresenta dados consolidados do consumo de combustíveis em 2009, que apontam para um aumento da demanda de 5,4% em relação a 2008, apesar da crise econômica mundial.

A expansão de apenas 0,2% no consumo de óleo diesel em 2009, em relação a 2008 (25,2 bilhões de litros), foi compensada, em grande parte, pela expansão do consumo de etanol, que em 2009 passou de 13,3 bilhões para 16,5 bilhões de litros – um aumento de 23,9%. A expansão do consumo de gasolina ficou em apenas 0,9% (25,4 bilhões de litros).

O presidente da Fecombustíveis disse que as perspectivas do setor para 2010 são as melhores, com expansão igual ou superior às projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto do país (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos, estimado pelos analistas em torno de 6% para este ano.
“As nossas perspectivas são muito boas. A gente tem aí as descobertas fantásticas do pré-sal, há sem dúvida alguma uma perspectiva de crescimento econômico e o setor de combustível – levando em conta que o transporte no Brasil é feito em cima do caminhão – tende a acompanhar o comportamento da economia, com incremento na demanda de óleo diesel no mesmo patamar.

Miranda Soares destacou o setor de etanol, que deverá continuar em franca expansão tendo em vista que a maioria dos carros novos sai hoje da fábrica consumindo tanto gasolina quanto álcool.
“A expectativa de crescimento do etanol é muito grande, porque a indústria automobilística está batendo todos os recordes de produção e tem como carro-chefe os carros flex fluel” (que utilizam os dois tipos de combustíveis), disse o presidente da Fecombustíveis. Para ele, o consumo de gasolina tende a se estabilizar e até a cair, em razão da demanda pelo álcool, cujos preços estão voltando a ser competitivos.
“A gasolina, realmente, tem tendência de estabilização do consumo e até de queda. No planejamento estratégico da Fecombustíveis, nós imaginamos que em 2017-2018 o Brasil esteja consumindo 70% de biocombustíveis e apenas 30% de combustíveis fósseis”.

Miranda disse ainda que basta observar o comportamento do mercado em 2009 para se ter essa compreensão: “Com toda a crise mundial, o etanol cresceu quase 24% no Brasil, então é difícil prever a expansão deste ano no caso do consumo do álcool, porque agora nós temos a indústria automobilística vendendo cada vez mais carro flex fuel”.

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Alan Kardec, disse que a gasolina hoje no Brasil já é um combustível alternativo. Segundo ele, depois de fechar em queda de 17% no consumo entre janeiro e fevereiro deste ano, o etanol voltou a puxar a expansão da demanda. “O mercado de etanol está se recuperando bem agora em 2010, já tendo inclusive ultrapassado o consumo da gasolina em vários estados. O país já vem consumindo mais etanol do que gasolina desde 2008".
Em sua opinião, dentro de mais um mês o consumo de etanol já terá retomado os níveis de consumo anteriores ao processo de retração, em razão da alta dos preços provocada pela entressafra da cana-de-açúcar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Exposição divulga tecnologia brasileira para biocombustíveis

O Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fará a abertura da 1ª Exposição Internacional de Biocombustíveis, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Arranjo Produtivo do Álcool (Apla) , em São Paulo (SP), no dia 17 de novembro. A mostra reunirá 70 expositores, entre empresas, entidades setoriais e órgãos de governo, para mostrar a tecnologia brasileira para a produção de biocombustíveis.

Carros e motos com motor flex fuel, dois ônibus movidos a biodiesel e até um avião movido a etanol serão apresentados ao público, bem como equipamentos, tecnologias de produção e pesquisa. Os visitantes poderão se informar sobre toda a cadeia produtiva, incluindo o cultivo das plantas - melhoramento genético e tratamento do solo-, os tipos de biocombustível aplicados em motores de veículos diversos e a logística de transporte do biocombustível.

O evento servirá como plataforma para disseminar o uso da tecnologia flex fuel desenvolvida no Brasil que permite um único automóvel a ser abastecido tanto com álcool como gasolina, fator já consolidado na indústria automobilística brasileira. Hoje 90% dos automóveis fabricados no Brasil já contam com essa tecnologia. Estima-se que somente o etanol movimente em torno de R$ 40 bilhões anuais no país.

Para a realização da Exposição, a Apex-Brasil e o Apla contam com a parceria de entidades como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Brasil fornecerá etanol e biodiesel à União Européia

A Comissão Européia (CE) implantou uma meta obrigatória em que em 2020 10% da energia consumida no continente deverá vir de fontes renováveis, com o intuito de combater o aquecimento global. Grande parte desta demanda será suprida pelo Brasil, com o fornecimento de etanol de cana e biodiesel de oleaginosas e sebo animal.



Quando começou-se a discutir esta meta para a redução de emissões, a União Europeia (UE) tinha a proposta não de aumentar o consumo de biocombustível, mas elevar a produção de energia eólica e solar.


No entanto, no dia 4 de Dezembro de 2008, os 3 poderes da UE (Comissão europeia – o braço executivo do grupo, Conselho – que reúne os governos, e Parlamento) bateram o martelo, chegando ao compromisso acima citado.


Os ambientalistas

Ambientalistas de todas as partes do mundo foram protestar contra o etanol e o biodiesel devido aos impactos sobre o uso do solo, apontando estes combustíveis como responsáveis pela alta dos alimentos e pela destruição de florestas em muitas regiões do planeta.


Em vista destas manifestações, decidiu-se nesta reunião da UE que para que seja considerado sustentável, o combustível brasileiro está proibido de ser produzido em áreas úmidas e de florestas. Tentou-se restringir também a plantação na área de cerrado, mas esta parte foi retirada do texto final.


A solução

Para serem enquadrados nas exigências de sustentabilidade e combate ao aquecimento, os biocombustíveis têm de garantir um mínimo de redução de efeito de gases estufa. Assim, a exigência estabelecida é que o álcool tem de reduzir as emissões em 35% ou mais quando comparado à gasolina, passando para 50% em 2017. As fábricas novas que entrarem em operação a partir de 2018 terão de reduzir as emissões em 60%.


Para o etanol brasileiro, é algo tranqüilo, pois no mínimo o produto reduz as emissões em 70% – o percentual pode chegar a 90%, segundo alguns especialistas.


O ideal seria que as pessoas não enxergassem como necessidade algo que muitas vezes é apenas um capricho - usar uma tonelada de metal para carregar 80kg de massa preguiçosa para realizar um trajeto que poderia ser feito de ônibus, trem, bicicleta, ou na pior das hipóteses, de táxi (quando a pressa for muito grande).




Mas em vista dessa necessidade em cada um possuir seu próprio veículo poluidor, ponto para o Brasil, que percebeu antes de todo mundo a necessidade de se desenvolver um combustível renovável (que foi boicotado na época do pró-álcool) e hoje volta com status de super-herói junto de seu irmão caçula, o biodiesel.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Biocombustível no mundo

Apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no exterior como grande alternativa mundial para os combustíveis derivados do petróleo, o etanol brasileiro deve se tornar uma commodity internacional de peso no mercado global. Este, pelo menos, é o objetivo do governo e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis, garante Allan Kardec, diretor de Abastecimento, Qualidade e Fiscalização da agência, nesta entrevista ao JB.

Qual é a expectativa da ANP para os próximos anos no setor de combustíveis?

Temos alguns desafios pela frente. Precisamos elevar o etanol brasileiro ao patamar de commodity internacional.

Também temos como objetivo a consolidação do Programa de Biodiesel de forma sustentável, contribuindo para a maior participação da agricultura familiar na cadeia produtiva e reduzindo as disparidades regionais. Buscamos ampliar a utilização das matériasprimas brasileiras como forma de reduzir o custo do produto final. Temos que cumprir essas tarefas garantindo a segurança energética do suprimento de longo prazo, mantendo a competitividade da energia ofertada, sem deixar de contemplar questões sócio-ambientais.

Na sua avaliação, quais são as questões mais importantes na indústria brasileira de petróleo e gás natural no momento?

É a nova realidade que se apresenta com os novos reservatórios do pré-sal. Trata-se de um desafio, não só em termos de exploração, mas também de refino, com a perspectiva de precisarmos de mais refinarias, e a maneira como o país vai se comportar nesse novo cenário. Outra questão relevante diz respeito aos biocombustíveis.
Somos um exemplo de mais de 30 anos de experiência nessa área. Podemos dizer que estamos onde muitos países gostariam de estar em termos de participação de fontes renováveis na matriz energética. Em 2008, a biomassa respondeu por 31,60% da matriz brasileira, enquanto o petróleo e derivados corresponderam a 36,70%. No caso dos combustíveis, houve um crescimento expressivo do biodiesel e do etanol na comparação do consumo aparente no período 2007/2008. No etanol, houve crescimento de 28,8% e as vendas deste combustível superam as de gasolina "A" desde março de 2008. No biodiesel, houve acréscimo de 332% no mesmo período.
O que a ANP aponta como sua principal conquista em sua atuação no mercado de combustíveis na última década?
Podemos destacar a criação do Programa de Monitoramento de Qualidade de Combustíveis, que representa um avanço no combate à adulteração. O programa, que permite a realização de ações de fiscalizações mais direcionadas, somado ao aperfeiçoamento do arcabouço regulatório, contribuiu para que o país saísse de duas casas decimais nos índices de não-conformidade, para uma casa decimal. Hoje, o Brasil mantém nível internacionalmente aceito em termos de não-conformidade dos combustíveis.
Temos também o etanol, que está consolidado como combustível no Brasil e surge como opção para o mundo em termos de energia. Sem falar na introdução do biodiesel em nossa matriz energética. Os biocombustíveis são de extrema importância para o crescimento do país. Hoje já existem mais de 60 empresas produtoras, responsáveis em 2009 pela produção do biodiesel, que atendem às especificações técnicas da ANP. Essas empresas participaram dos 15 leilões de venda do produto realizados pela ANP. Representam uma oportunidade para fixar o homem à terra, para produzir combustível limpo e gerar emprego e renda no campo. Podemos destacar ainda a ação que resultou na eliminação do mercado de agentes em situação irregular, e também a publicação de novas regras para o mercado e o aperfeiçoamento das existentes.

E o processo de publicação de novos regulamentos é realizado com ampla participação dos agentes econômicos.


Jornal do Brasil


10/03/10

sábado, 8 de maio de 2010

Aprovada produção de biodiesel pela Petrobras em Portugal

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a constituição das empresas que vão desenvolver projeto de produção de biodiesel em Portugal, em parceria com a Galp Energia. O projeto deve entrar em operação em 2015, quando deverá produzir 250 mil toneladas/ano, com investimentos estimados em US$ 240 milhões. O biodiesel, segundo a empresa, será destinado ao mercado europeu.

Para o suprimento da unidade de biodiesel portuguesa será implantado um pólo agro-industrial no Brasil, no Estado do Pará, para cultivo da palma (dendê), com produção de cerca de 300 mil toneladas/ano de óleo e investimentos estimados em US$ 290 milhões. O investimento total estimado para o projeto é da ordem de US$ 530 milhões a ser realizado em partes iguais pelas empresas.

Crédito - A palma, também conhecida como dendê, está sendo incluída nas linhas de crédito dos Programas de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa) e de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora). A medida visa incentivar a cultura do dendê especialmente em áreas degradadas.

O Produsa, que conta com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), poderá financiar a implantação da cultura do dendê com projetos de recuperação de áreas degradadas, com taxa de juros de 5,75% ao ano e prazo de pagamento de 12 anos, com seis de carência.

O Conselho Monetário Nacional resolveu retirar a restrição do Propflora, que antes previa financiamento para a implantação de florestas de dendezeiros, desde que direcionado à produção de biodiesel. Também foi elevado para R$ 300 mil o limite de crédito do programa, o que atende a antiga solicitação do setor de florestas plantadas.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estudo francês alerta que o cultivo para biocombustíveis em florestas gera mais CO2 do que evita

Cultivar vegetais para produção de biocombustíveis em terras que antes eram ocupadas por florestas ou pradarias gera muito mais emissões de dióxido de carbono (CO2) do que permite evitar pela substituição de hidrocarbonetos, segundo um estudo da Agência do Meio Ambiente e do Controle da Energia da França (Ademe, na sigla em francês).

O balanço em termos de emissões de CO2 pode ser “catastrófico”, indicam os autores deste relatório dedicado à primeira geração de biocombustíveis. Pode ficar em duas a quatro vezes mais que com o recurso aos combustíveis de origem fóssil, sobretudo quando se destrói florestas tropicais para produzir óleo de palma. Reportagem da EFE, em Paris.

A razão é que, para obter esse óleo de palma que se cultiva por exemplo na Indonésia, não só geram-se gases do efeito estufa, mas previamente causou-se o desmatamento de uma mata que contribuía para a absorção de CO2, com algo similar acontecendo com as pradarias.

Os autores deste estudo, que se tornou público com meses de atraso, submeteram a exame os principais biocombustíveis comercializados na França.

Eficiências

O resultado é que o etanol obtido com cana-de-açúcar é o mais eficiente em termos ambientais, já que gera 90% menos de gases do efeito estufa que a gasolina. Sua elaboração, além disso, mobiliza em torno de 80% da energia que proporciona.

O bioetanol de milho, de trigo e de beterraba, assim como o biodiesel de couve-nabiça e de soja apresentam um balanço correto, com uma redução de emissões em torno de 60% a 80% em relação aos combustíveis fósseis que substituem e uma economia energética em sua elaboração entre 50% e 80%.

No entanto, o ETBE, um etanol obtido da beterraba, do trigo ou do milho representa lucro energético de apenas 20%, abaixo das exigências europeias.

De acordo com a direção europeia sobre as energias renováveis, para poder ser compatibilizado como útil em termos ambientais, um biocombustível deverá representar uma redução de CO2 de 35% em 2010 e de 50% em 2013.

O relatório foi divulgado um dia depois que o governo francês anunciou um plano impulsionado pela própria Ademe para o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração para 2015.

* Reportagem da EFE, na Folha Online.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Biocombustível pode gerar energia da Copa

O biocombustível de soja pode ser utilizado como principal fonte de energia nos jogos da Copa do Mundo no Brasil e deverá dar total segurança aos meios de comunicação, sem risco de interrupção no fornecimento durante os eventos. Essa foi uma das propostas apresentadas no seminário A Copa do Mundo de 2014 – Normatização para Obras Sustentáveis, que reuniu empresários de diversas áreas no Senado por dois dias e terminou na última quinta-feira (17), por iniciativa da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle.


A defesa do biocombustível como fonte de energia na Copa foi feita pelo empresário Silvio de Oliveira, fabricante de motores de caminhão e que montou uma usina de biocombustível com capacidade para produzir 15 mil litros por dia no interior de São Paulo, para consumo próprio à base de gordura de frangos abatidos no frigorífico do mesmo grupo empresarial.

De acordo com Silvio Oliveira, eventos como os jogos da Copa do Mundo não podem depender do fornecimento convencional de energia elétrica pelas empresas concessionárias, devido ao risco de apagão repentino. Num caso desses, os geradores de emergência entram em ação, mas levam pelo menos 15 segundos para restabelecer a energia, o que causaria sérios prejuízos às transmissões. Assim, a proposta é que os geradores a biocombustível garantam a energia e o sistema convencional funcione como fonte secundária.

"Isso seria mais prático, mais seguro e daria tranquilidade para todo mundo que estivesse trabalhando ou assistindo aos jogos”, diz o industrial. Ele estima que a Copa do Mundo gastaria cerca de 2 bilhões de litros de biocombustível, caso fosse totalmente realizada com este combustível como sua principal fonte energética. Segundo ele, não haveria problemas para isso, porque, hoje, o país produz 5% (2,2 bilhões de litros) de biocombustível dos 44 bilhões de litros de diesel que consome por ano e pretende chegar a 20%, podendo estar próximo disso em 2014.

O objetivo do seminário foi recolher sugestões para elaboração de projeto de lei que defina normas sobre sustentabilidade das obras destinadas à realização do Mundial de 2014 e das demais competições internacionais que serão realizadas no Brasil nos próximos anos, como a Copa das Confederações, em 2011, e as Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. Um dos palestrantes demonstrou as vantagens de lâmpadas que economizam energia na iluminação pública e de ambientes como os estádios de futebol.


Fotos: divulgação


Netsite


Postagem: 2010-03-22