quinta-feira, 27 de maio de 2010

Exposição divulga tecnologia brasileira para biocombustíveis

O Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fará a abertura da 1ª Exposição Internacional de Biocombustíveis, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Arranjo Produtivo do Álcool (Apla) , em São Paulo (SP), no dia 17 de novembro. A mostra reunirá 70 expositores, entre empresas, entidades setoriais e órgãos de governo, para mostrar a tecnologia brasileira para a produção de biocombustíveis.

Carros e motos com motor flex fuel, dois ônibus movidos a biodiesel e até um avião movido a etanol serão apresentados ao público, bem como equipamentos, tecnologias de produção e pesquisa. Os visitantes poderão se informar sobre toda a cadeia produtiva, incluindo o cultivo das plantas - melhoramento genético e tratamento do solo-, os tipos de biocombustível aplicados em motores de veículos diversos e a logística de transporte do biocombustível.

O evento servirá como plataforma para disseminar o uso da tecnologia flex fuel desenvolvida no Brasil que permite um único automóvel a ser abastecido tanto com álcool como gasolina, fator já consolidado na indústria automobilística brasileira. Hoje 90% dos automóveis fabricados no Brasil já contam com essa tecnologia. Estima-se que somente o etanol movimente em torno de R$ 40 bilhões anuais no país.

Para a realização da Exposição, a Apex-Brasil e o Apla contam com a parceria de entidades como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Brasil fornecerá etanol e biodiesel à União Européia

A Comissão Européia (CE) implantou uma meta obrigatória em que em 2020 10% da energia consumida no continente deverá vir de fontes renováveis, com o intuito de combater o aquecimento global. Grande parte desta demanda será suprida pelo Brasil, com o fornecimento de etanol de cana e biodiesel de oleaginosas e sebo animal.



Quando começou-se a discutir esta meta para a redução de emissões, a União Europeia (UE) tinha a proposta não de aumentar o consumo de biocombustível, mas elevar a produção de energia eólica e solar.


No entanto, no dia 4 de Dezembro de 2008, os 3 poderes da UE (Comissão europeia – o braço executivo do grupo, Conselho – que reúne os governos, e Parlamento) bateram o martelo, chegando ao compromisso acima citado.


Os ambientalistas

Ambientalistas de todas as partes do mundo foram protestar contra o etanol e o biodiesel devido aos impactos sobre o uso do solo, apontando estes combustíveis como responsáveis pela alta dos alimentos e pela destruição de florestas em muitas regiões do planeta.


Em vista destas manifestações, decidiu-se nesta reunião da UE que para que seja considerado sustentável, o combustível brasileiro está proibido de ser produzido em áreas úmidas e de florestas. Tentou-se restringir também a plantação na área de cerrado, mas esta parte foi retirada do texto final.


A solução

Para serem enquadrados nas exigências de sustentabilidade e combate ao aquecimento, os biocombustíveis têm de garantir um mínimo de redução de efeito de gases estufa. Assim, a exigência estabelecida é que o álcool tem de reduzir as emissões em 35% ou mais quando comparado à gasolina, passando para 50% em 2017. As fábricas novas que entrarem em operação a partir de 2018 terão de reduzir as emissões em 60%.


Para o etanol brasileiro, é algo tranqüilo, pois no mínimo o produto reduz as emissões em 70% – o percentual pode chegar a 90%, segundo alguns especialistas.


O ideal seria que as pessoas não enxergassem como necessidade algo que muitas vezes é apenas um capricho - usar uma tonelada de metal para carregar 80kg de massa preguiçosa para realizar um trajeto que poderia ser feito de ônibus, trem, bicicleta, ou na pior das hipóteses, de táxi (quando a pressa for muito grande).




Mas em vista dessa necessidade em cada um possuir seu próprio veículo poluidor, ponto para o Brasil, que percebeu antes de todo mundo a necessidade de se desenvolver um combustível renovável (que foi boicotado na época do pró-álcool) e hoje volta com status de super-herói junto de seu irmão caçula, o biodiesel.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Biocombustível no mundo

Apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no exterior como grande alternativa mundial para os combustíveis derivados do petróleo, o etanol brasileiro deve se tornar uma commodity internacional de peso no mercado global. Este, pelo menos, é o objetivo do governo e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis, garante Allan Kardec, diretor de Abastecimento, Qualidade e Fiscalização da agência, nesta entrevista ao JB.

Qual é a expectativa da ANP para os próximos anos no setor de combustíveis?

Temos alguns desafios pela frente. Precisamos elevar o etanol brasileiro ao patamar de commodity internacional.

Também temos como objetivo a consolidação do Programa de Biodiesel de forma sustentável, contribuindo para a maior participação da agricultura familiar na cadeia produtiva e reduzindo as disparidades regionais. Buscamos ampliar a utilização das matériasprimas brasileiras como forma de reduzir o custo do produto final. Temos que cumprir essas tarefas garantindo a segurança energética do suprimento de longo prazo, mantendo a competitividade da energia ofertada, sem deixar de contemplar questões sócio-ambientais.

Na sua avaliação, quais são as questões mais importantes na indústria brasileira de petróleo e gás natural no momento?

É a nova realidade que se apresenta com os novos reservatórios do pré-sal. Trata-se de um desafio, não só em termos de exploração, mas também de refino, com a perspectiva de precisarmos de mais refinarias, e a maneira como o país vai se comportar nesse novo cenário. Outra questão relevante diz respeito aos biocombustíveis.
Somos um exemplo de mais de 30 anos de experiência nessa área. Podemos dizer que estamos onde muitos países gostariam de estar em termos de participação de fontes renováveis na matriz energética. Em 2008, a biomassa respondeu por 31,60% da matriz brasileira, enquanto o petróleo e derivados corresponderam a 36,70%. No caso dos combustíveis, houve um crescimento expressivo do biodiesel e do etanol na comparação do consumo aparente no período 2007/2008. No etanol, houve crescimento de 28,8% e as vendas deste combustível superam as de gasolina "A" desde março de 2008. No biodiesel, houve acréscimo de 332% no mesmo período.
O que a ANP aponta como sua principal conquista em sua atuação no mercado de combustíveis na última década?
Podemos destacar a criação do Programa de Monitoramento de Qualidade de Combustíveis, que representa um avanço no combate à adulteração. O programa, que permite a realização de ações de fiscalizações mais direcionadas, somado ao aperfeiçoamento do arcabouço regulatório, contribuiu para que o país saísse de duas casas decimais nos índices de não-conformidade, para uma casa decimal. Hoje, o Brasil mantém nível internacionalmente aceito em termos de não-conformidade dos combustíveis.
Temos também o etanol, que está consolidado como combustível no Brasil e surge como opção para o mundo em termos de energia. Sem falar na introdução do biodiesel em nossa matriz energética. Os biocombustíveis são de extrema importância para o crescimento do país. Hoje já existem mais de 60 empresas produtoras, responsáveis em 2009 pela produção do biodiesel, que atendem às especificações técnicas da ANP. Essas empresas participaram dos 15 leilões de venda do produto realizados pela ANP. Representam uma oportunidade para fixar o homem à terra, para produzir combustível limpo e gerar emprego e renda no campo. Podemos destacar ainda a ação que resultou na eliminação do mercado de agentes em situação irregular, e também a publicação de novas regras para o mercado e o aperfeiçoamento das existentes.

E o processo de publicação de novos regulamentos é realizado com ampla participação dos agentes econômicos.


Jornal do Brasil


10/03/10

sábado, 8 de maio de 2010

Aprovada produção de biodiesel pela Petrobras em Portugal

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a constituição das empresas que vão desenvolver projeto de produção de biodiesel em Portugal, em parceria com a Galp Energia. O projeto deve entrar em operação em 2015, quando deverá produzir 250 mil toneladas/ano, com investimentos estimados em US$ 240 milhões. O biodiesel, segundo a empresa, será destinado ao mercado europeu.

Para o suprimento da unidade de biodiesel portuguesa será implantado um pólo agro-industrial no Brasil, no Estado do Pará, para cultivo da palma (dendê), com produção de cerca de 300 mil toneladas/ano de óleo e investimentos estimados em US$ 290 milhões. O investimento total estimado para o projeto é da ordem de US$ 530 milhões a ser realizado em partes iguais pelas empresas.

Crédito - A palma, também conhecida como dendê, está sendo incluída nas linhas de crédito dos Programas de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa) e de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora). A medida visa incentivar a cultura do dendê especialmente em áreas degradadas.

O Produsa, que conta com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), poderá financiar a implantação da cultura do dendê com projetos de recuperação de áreas degradadas, com taxa de juros de 5,75% ao ano e prazo de pagamento de 12 anos, com seis de carência.

O Conselho Monetário Nacional resolveu retirar a restrição do Propflora, que antes previa financiamento para a implantação de florestas de dendezeiros, desde que direcionado à produção de biodiesel. Também foi elevado para R$ 300 mil o limite de crédito do programa, o que atende a antiga solicitação do setor de florestas plantadas.