domingo, 6 de junho de 2010

Fecombustíveis: biocombustíveis responderão por 70% da demanda veicular até 2018

O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, disse que os biocombustíveis responderão por cerca de 70% da demanda veicular entre 2017 e 2018.
Ele fez a afirmação ao participar, nessa quinta-feira (13), da divulgação do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2010. O relatório apresenta dados consolidados do consumo de combustíveis em 2009, que apontam para um aumento da demanda de 5,4% em relação a 2008, apesar da crise econômica mundial.

A expansão de apenas 0,2% no consumo de óleo diesel em 2009, em relação a 2008 (25,2 bilhões de litros), foi compensada, em grande parte, pela expansão do consumo de etanol, que em 2009 passou de 13,3 bilhões para 16,5 bilhões de litros – um aumento de 23,9%. A expansão do consumo de gasolina ficou em apenas 0,9% (25,4 bilhões de litros).

O presidente da Fecombustíveis disse que as perspectivas do setor para 2010 são as melhores, com expansão igual ou superior às projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto do país (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos, estimado pelos analistas em torno de 6% para este ano.
“As nossas perspectivas são muito boas. A gente tem aí as descobertas fantásticas do pré-sal, há sem dúvida alguma uma perspectiva de crescimento econômico e o setor de combustível – levando em conta que o transporte no Brasil é feito em cima do caminhão – tende a acompanhar o comportamento da economia, com incremento na demanda de óleo diesel no mesmo patamar.

Miranda Soares destacou o setor de etanol, que deverá continuar em franca expansão tendo em vista que a maioria dos carros novos sai hoje da fábrica consumindo tanto gasolina quanto álcool.
“A expectativa de crescimento do etanol é muito grande, porque a indústria automobilística está batendo todos os recordes de produção e tem como carro-chefe os carros flex fluel” (que utilizam os dois tipos de combustíveis), disse o presidente da Fecombustíveis. Para ele, o consumo de gasolina tende a se estabilizar e até a cair, em razão da demanda pelo álcool, cujos preços estão voltando a ser competitivos.
“A gasolina, realmente, tem tendência de estabilização do consumo e até de queda. No planejamento estratégico da Fecombustíveis, nós imaginamos que em 2017-2018 o Brasil esteja consumindo 70% de biocombustíveis e apenas 30% de combustíveis fósseis”.

Miranda disse ainda que basta observar o comportamento do mercado em 2009 para se ter essa compreensão: “Com toda a crise mundial, o etanol cresceu quase 24% no Brasil, então é difícil prever a expansão deste ano no caso do consumo do álcool, porque agora nós temos a indústria automobilística vendendo cada vez mais carro flex fuel”.

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Alan Kardec, disse que a gasolina hoje no Brasil já é um combustível alternativo. Segundo ele, depois de fechar em queda de 17% no consumo entre janeiro e fevereiro deste ano, o etanol voltou a puxar a expansão da demanda. “O mercado de etanol está se recuperando bem agora em 2010, já tendo inclusive ultrapassado o consumo da gasolina em vários estados. O país já vem consumindo mais etanol do que gasolina desde 2008".
Em sua opinião, dentro de mais um mês o consumo de etanol já terá retomado os níveis de consumo anteriores ao processo de retração, em razão da alta dos preços provocada pela entressafra da cana-de-açúcar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Exposição divulga tecnologia brasileira para biocombustíveis

O Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fará a abertura da 1ª Exposição Internacional de Biocombustíveis, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Arranjo Produtivo do Álcool (Apla) , em São Paulo (SP), no dia 17 de novembro. A mostra reunirá 70 expositores, entre empresas, entidades setoriais e órgãos de governo, para mostrar a tecnologia brasileira para a produção de biocombustíveis.

Carros e motos com motor flex fuel, dois ônibus movidos a biodiesel e até um avião movido a etanol serão apresentados ao público, bem como equipamentos, tecnologias de produção e pesquisa. Os visitantes poderão se informar sobre toda a cadeia produtiva, incluindo o cultivo das plantas - melhoramento genético e tratamento do solo-, os tipos de biocombustível aplicados em motores de veículos diversos e a logística de transporte do biocombustível.

O evento servirá como plataforma para disseminar o uso da tecnologia flex fuel desenvolvida no Brasil que permite um único automóvel a ser abastecido tanto com álcool como gasolina, fator já consolidado na indústria automobilística brasileira. Hoje 90% dos automóveis fabricados no Brasil já contam com essa tecnologia. Estima-se que somente o etanol movimente em torno de R$ 40 bilhões anuais no país.

Para a realização da Exposição, a Apex-Brasil e o Apla contam com a parceria de entidades como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Brasil fornecerá etanol e biodiesel à União Européia

A Comissão Européia (CE) implantou uma meta obrigatória em que em 2020 10% da energia consumida no continente deverá vir de fontes renováveis, com o intuito de combater o aquecimento global. Grande parte desta demanda será suprida pelo Brasil, com o fornecimento de etanol de cana e biodiesel de oleaginosas e sebo animal.



Quando começou-se a discutir esta meta para a redução de emissões, a União Europeia (UE) tinha a proposta não de aumentar o consumo de biocombustível, mas elevar a produção de energia eólica e solar.


No entanto, no dia 4 de Dezembro de 2008, os 3 poderes da UE (Comissão europeia – o braço executivo do grupo, Conselho – que reúne os governos, e Parlamento) bateram o martelo, chegando ao compromisso acima citado.


Os ambientalistas

Ambientalistas de todas as partes do mundo foram protestar contra o etanol e o biodiesel devido aos impactos sobre o uso do solo, apontando estes combustíveis como responsáveis pela alta dos alimentos e pela destruição de florestas em muitas regiões do planeta.


Em vista destas manifestações, decidiu-se nesta reunião da UE que para que seja considerado sustentável, o combustível brasileiro está proibido de ser produzido em áreas úmidas e de florestas. Tentou-se restringir também a plantação na área de cerrado, mas esta parte foi retirada do texto final.


A solução

Para serem enquadrados nas exigências de sustentabilidade e combate ao aquecimento, os biocombustíveis têm de garantir um mínimo de redução de efeito de gases estufa. Assim, a exigência estabelecida é que o álcool tem de reduzir as emissões em 35% ou mais quando comparado à gasolina, passando para 50% em 2017. As fábricas novas que entrarem em operação a partir de 2018 terão de reduzir as emissões em 60%.


Para o etanol brasileiro, é algo tranqüilo, pois no mínimo o produto reduz as emissões em 70% – o percentual pode chegar a 90%, segundo alguns especialistas.


O ideal seria que as pessoas não enxergassem como necessidade algo que muitas vezes é apenas um capricho - usar uma tonelada de metal para carregar 80kg de massa preguiçosa para realizar um trajeto que poderia ser feito de ônibus, trem, bicicleta, ou na pior das hipóteses, de táxi (quando a pressa for muito grande).




Mas em vista dessa necessidade em cada um possuir seu próprio veículo poluidor, ponto para o Brasil, que percebeu antes de todo mundo a necessidade de se desenvolver um combustível renovável (que foi boicotado na época do pró-álcool) e hoje volta com status de super-herói junto de seu irmão caçula, o biodiesel.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Biocombustível no mundo

Apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no exterior como grande alternativa mundial para os combustíveis derivados do petróleo, o etanol brasileiro deve se tornar uma commodity internacional de peso no mercado global. Este, pelo menos, é o objetivo do governo e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis, garante Allan Kardec, diretor de Abastecimento, Qualidade e Fiscalização da agência, nesta entrevista ao JB.

Qual é a expectativa da ANP para os próximos anos no setor de combustíveis?

Temos alguns desafios pela frente. Precisamos elevar o etanol brasileiro ao patamar de commodity internacional.

Também temos como objetivo a consolidação do Programa de Biodiesel de forma sustentável, contribuindo para a maior participação da agricultura familiar na cadeia produtiva e reduzindo as disparidades regionais. Buscamos ampliar a utilização das matériasprimas brasileiras como forma de reduzir o custo do produto final. Temos que cumprir essas tarefas garantindo a segurança energética do suprimento de longo prazo, mantendo a competitividade da energia ofertada, sem deixar de contemplar questões sócio-ambientais.

Na sua avaliação, quais são as questões mais importantes na indústria brasileira de petróleo e gás natural no momento?

É a nova realidade que se apresenta com os novos reservatórios do pré-sal. Trata-se de um desafio, não só em termos de exploração, mas também de refino, com a perspectiva de precisarmos de mais refinarias, e a maneira como o país vai se comportar nesse novo cenário. Outra questão relevante diz respeito aos biocombustíveis.
Somos um exemplo de mais de 30 anos de experiência nessa área. Podemos dizer que estamos onde muitos países gostariam de estar em termos de participação de fontes renováveis na matriz energética. Em 2008, a biomassa respondeu por 31,60% da matriz brasileira, enquanto o petróleo e derivados corresponderam a 36,70%. No caso dos combustíveis, houve um crescimento expressivo do biodiesel e do etanol na comparação do consumo aparente no período 2007/2008. No etanol, houve crescimento de 28,8% e as vendas deste combustível superam as de gasolina "A" desde março de 2008. No biodiesel, houve acréscimo de 332% no mesmo período.
O que a ANP aponta como sua principal conquista em sua atuação no mercado de combustíveis na última década?
Podemos destacar a criação do Programa de Monitoramento de Qualidade de Combustíveis, que representa um avanço no combate à adulteração. O programa, que permite a realização de ações de fiscalizações mais direcionadas, somado ao aperfeiçoamento do arcabouço regulatório, contribuiu para que o país saísse de duas casas decimais nos índices de não-conformidade, para uma casa decimal. Hoje, o Brasil mantém nível internacionalmente aceito em termos de não-conformidade dos combustíveis.
Temos também o etanol, que está consolidado como combustível no Brasil e surge como opção para o mundo em termos de energia. Sem falar na introdução do biodiesel em nossa matriz energética. Os biocombustíveis são de extrema importância para o crescimento do país. Hoje já existem mais de 60 empresas produtoras, responsáveis em 2009 pela produção do biodiesel, que atendem às especificações técnicas da ANP. Essas empresas participaram dos 15 leilões de venda do produto realizados pela ANP. Representam uma oportunidade para fixar o homem à terra, para produzir combustível limpo e gerar emprego e renda no campo. Podemos destacar ainda a ação que resultou na eliminação do mercado de agentes em situação irregular, e também a publicação de novas regras para o mercado e o aperfeiçoamento das existentes.

E o processo de publicação de novos regulamentos é realizado com ampla participação dos agentes econômicos.


Jornal do Brasil


10/03/10

sábado, 8 de maio de 2010

Aprovada produção de biodiesel pela Petrobras em Portugal

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a constituição das empresas que vão desenvolver projeto de produção de biodiesel em Portugal, em parceria com a Galp Energia. O projeto deve entrar em operação em 2015, quando deverá produzir 250 mil toneladas/ano, com investimentos estimados em US$ 240 milhões. O biodiesel, segundo a empresa, será destinado ao mercado europeu.

Para o suprimento da unidade de biodiesel portuguesa será implantado um pólo agro-industrial no Brasil, no Estado do Pará, para cultivo da palma (dendê), com produção de cerca de 300 mil toneladas/ano de óleo e investimentos estimados em US$ 290 milhões. O investimento total estimado para o projeto é da ordem de US$ 530 milhões a ser realizado em partes iguais pelas empresas.

Crédito - A palma, também conhecida como dendê, está sendo incluída nas linhas de crédito dos Programas de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa) e de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora). A medida visa incentivar a cultura do dendê especialmente em áreas degradadas.

O Produsa, que conta com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), poderá financiar a implantação da cultura do dendê com projetos de recuperação de áreas degradadas, com taxa de juros de 5,75% ao ano e prazo de pagamento de 12 anos, com seis de carência.

O Conselho Monetário Nacional resolveu retirar a restrição do Propflora, que antes previa financiamento para a implantação de florestas de dendezeiros, desde que direcionado à produção de biodiesel. Também foi elevado para R$ 300 mil o limite de crédito do programa, o que atende a antiga solicitação do setor de florestas plantadas.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estudo francês alerta que o cultivo para biocombustíveis em florestas gera mais CO2 do que evita

Cultivar vegetais para produção de biocombustíveis em terras que antes eram ocupadas por florestas ou pradarias gera muito mais emissões de dióxido de carbono (CO2) do que permite evitar pela substituição de hidrocarbonetos, segundo um estudo da Agência do Meio Ambiente e do Controle da Energia da França (Ademe, na sigla em francês).

O balanço em termos de emissões de CO2 pode ser “catastrófico”, indicam os autores deste relatório dedicado à primeira geração de biocombustíveis. Pode ficar em duas a quatro vezes mais que com o recurso aos combustíveis de origem fóssil, sobretudo quando se destrói florestas tropicais para produzir óleo de palma. Reportagem da EFE, em Paris.

A razão é que, para obter esse óleo de palma que se cultiva por exemplo na Indonésia, não só geram-se gases do efeito estufa, mas previamente causou-se o desmatamento de uma mata que contribuía para a absorção de CO2, com algo similar acontecendo com as pradarias.

Os autores deste estudo, que se tornou público com meses de atraso, submeteram a exame os principais biocombustíveis comercializados na França.

Eficiências

O resultado é que o etanol obtido com cana-de-açúcar é o mais eficiente em termos ambientais, já que gera 90% menos de gases do efeito estufa que a gasolina. Sua elaboração, além disso, mobiliza em torno de 80% da energia que proporciona.

O bioetanol de milho, de trigo e de beterraba, assim como o biodiesel de couve-nabiça e de soja apresentam um balanço correto, com uma redução de emissões em torno de 60% a 80% em relação aos combustíveis fósseis que substituem e uma economia energética em sua elaboração entre 50% e 80%.

No entanto, o ETBE, um etanol obtido da beterraba, do trigo ou do milho representa lucro energético de apenas 20%, abaixo das exigências europeias.

De acordo com a direção europeia sobre as energias renováveis, para poder ser compatibilizado como útil em termos ambientais, um biocombustível deverá representar uma redução de CO2 de 35% em 2010 e de 50% em 2013.

O relatório foi divulgado um dia depois que o governo francês anunciou um plano impulsionado pela própria Ademe para o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração para 2015.

* Reportagem da EFE, na Folha Online.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Biocombustível pode gerar energia da Copa

O biocombustível de soja pode ser utilizado como principal fonte de energia nos jogos da Copa do Mundo no Brasil e deverá dar total segurança aos meios de comunicação, sem risco de interrupção no fornecimento durante os eventos. Essa foi uma das propostas apresentadas no seminário A Copa do Mundo de 2014 – Normatização para Obras Sustentáveis, que reuniu empresários de diversas áreas no Senado por dois dias e terminou na última quinta-feira (17), por iniciativa da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle.


A defesa do biocombustível como fonte de energia na Copa foi feita pelo empresário Silvio de Oliveira, fabricante de motores de caminhão e que montou uma usina de biocombustível com capacidade para produzir 15 mil litros por dia no interior de São Paulo, para consumo próprio à base de gordura de frangos abatidos no frigorífico do mesmo grupo empresarial.

De acordo com Silvio Oliveira, eventos como os jogos da Copa do Mundo não podem depender do fornecimento convencional de energia elétrica pelas empresas concessionárias, devido ao risco de apagão repentino. Num caso desses, os geradores de emergência entram em ação, mas levam pelo menos 15 segundos para restabelecer a energia, o que causaria sérios prejuízos às transmissões. Assim, a proposta é que os geradores a biocombustível garantam a energia e o sistema convencional funcione como fonte secundária.

"Isso seria mais prático, mais seguro e daria tranquilidade para todo mundo que estivesse trabalhando ou assistindo aos jogos”, diz o industrial. Ele estima que a Copa do Mundo gastaria cerca de 2 bilhões de litros de biocombustível, caso fosse totalmente realizada com este combustível como sua principal fonte energética. Segundo ele, não haveria problemas para isso, porque, hoje, o país produz 5% (2,2 bilhões de litros) de biocombustível dos 44 bilhões de litros de diesel que consome por ano e pretende chegar a 20%, podendo estar próximo disso em 2014.

O objetivo do seminário foi recolher sugestões para elaboração de projeto de lei que defina normas sobre sustentabilidade das obras destinadas à realização do Mundial de 2014 e das demais competições internacionais que serão realizadas no Brasil nos próximos anos, como a Copa das Confederações, em 2011, e as Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. Um dos palestrantes demonstrou as vantagens de lâmpadas que economizam energia na iluminação pública e de ambientes como os estádios de futebol.


Fotos: divulgação


Netsite


Postagem: 2010-03-22

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Biocombustível do Brasil deverá substituir 10% da gasolina mundial

Cana-de-açúcar gera "combustível limpo" e deverá susbstituir a gasolina/Foto: Maria Hsu

A produção de biocombustível brasileira deverá ser suficiente para substituir 10% de toda a gasolina consumida no mundo. A conclusão foi feita por especialistas, em 28 de novembro, durante o Workshop Instrumentação e Automação Agrícola e Agroindustrial na Cadeia Cana-Etanol realizado na Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Paulo. Mas para que essa tendência vire realidade, é necessário que a tecnologia adequada esteja no campo e na própria planta, a cana-de-açúcar.


Para atingir a meta dos 10% da gasolina mundial, o país precisaria cultivar cerca de 35 milhões de hectares de cana-de-açúcar. Atualmente, cultiva seis hectares."Mas, com a introdução das novas tecnologias no campo, seja em instrumentação e automação agrícola ou na pesquisa genômica da cana-de-açúcar, esse número poderá cair para 20 milhões de hectares ou menos. Por isso, é fundamental identificar as principais necessidades de pesquisa para que possamos nos consolidar como o maior produtor mundial de etanol", destacou Luís Augusto Barbosa Cortez, professor da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas.

Já o presidente da Embrapa, Sílvio Crestana ressaltou que a agricultura e a ciência brasileira estão juntas neste momento em que o mundo discute os benefícios das energias renováveis. Segundo ele, parcerias dos setores público e privados também são fundamentais nesse aspecto, porque ajudam a alavancar o desenvolvimento do país. “A agricultura não vai avançar se não tiver a ciência ao seu lado”, completou.


Biocombustível gerado a partir da cana-de-açúcar como matéria-prima/Foto: stukinha

Para o coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Orlando Castro, também é necessário definir estratégias para o crescimento do setor. Ele sugeriu a criação de novos institutos dedicados à pesquisa em cana-de-açúcar. Todavia, o Brasil lidera com larga distância as publicações de artigos científicos sobre o tema. Somente os trabalhos produzidos em São Paulo equivalem à produção norte-americana, que ocupa a segunda colocação mundial.

Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de etanol, com o combustível produzido a partir do milho. O Brasil ocupa a segunda posição, com o álcool combustível derivado da cana-de-açúcar.

A cana-de-açúcar é composta de três partes importantes para a produção do biocombustível:

• Sacarose
• Palha
• Bagaço

A sacarose é a parte mais utilizada de todas, enquanto a palha e o bagaço não auxiliam tanto no processo de transformação para o biocombustível. "Trabalhar o conceito de cana-energia é o grande desafio da ciência hoje", finalizou o presidente da Embrapa.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/biocombustivel-do-brasil-devera-substituir-10-da

sábado, 10 de abril de 2010

Em Busca do Biocombustivel Perfeito

Empresas fazem a “corrida do ouro líquido” e lutam por financiamentos para colocá-lo no mercado. Fato engraçado sobre o negócio dos biocombustíveis.

Cerca de 200 empresas pesquisam o biocombustível perfeito – tão barato quanto os combustíveis fósseis, adaptável à infraestrutura atual, com baixa emissão de carbono, sustentável e que não ameace o abastecimento alimentar ou as florestas tropicais. Mas, mesmo os pesquisadores de vanguarda – que dizem estar em vias de resolver o enigma - não conseguem levantar o dinheiro de que precisam para iniciar a produção comercial.


"Todo mundo quer ser o primeiro a financiar a segunda fábrica", diz Arnold Klann, CEO da empresa biocombustíveis Blue Fire Etanol. "Ninguém quer ser o primeiro a financiar a primeira fábrica."

"Os bancos não estão dispostos a emprestar", disse Klann. "Eles são avessos a riscos." A indústria precisa do apoio de bancos e dos mercados públicos, uma vez que uma escala comercial vai custar mais de US$ 100 milhões, além do que os capitais de risco, que agora financia a indústria, desejam colocar em risco. Empresa de capital aberto, a Blue Fire faz etanol a partir de resíduos de madeira, lixo urbano, palha de arroz e trigo, e recebeu um US$ 40 milhões do U.S. Department of Energy (Departamento de Energia americano), mas tem demorado a atingir a produção comercial e os investidores estão céticos. A capitalização de mercado da empresa é de apenas US$ 25 milhões.

Temos escrito muito pouco sobre os biocombustíveis, principalmente porque a ciência de transformar plantas em combustível é bastante complicada, por isso é difícil separar as empresas com capacidade de tornar o negócio rentável, daquelas sem esperança. E este não é um desafio só para nós – a indústria de etanol de milho “torrou” muitos milhões de dólares de capital de investidores que se apressaram por entrar no mercado.

Ainda assim, há grandes forças movimentando os biocombustíveis, a maioria proveniente de Washington, onde o Congresso aprovou mandatos a favor dos biocombustíveis. A lei histórica Waxman Markey para alterações climáticas acaba de passar pela Comissão de Energia da Câmara e, caso se torne lei, dará um novo impulso para os biocombustíveis, ao elevar o preço da gasolina e do diesel.

Na BIO, Laurence Alexander, diretor gerente do banco de investimento Jefferies & Co., moderou um excelente grupo que ensina algumas coisas. Destaques:

É preciso muita matéria-prima para fazer biocombustíveis. Para que o etanol seja 5% da utilização americana de gasolina, seria necessário transformar 33% das culturas milho do país em etanol. Globalmente, seria necessário 100% das plantações de soja e de palmeiras para produzir 10% da oferta global de diesel. Essa é a produção atual, obviamente, e por isso é tão vital aumentar a produção.

Os biocombustíveis têm um problema de imagem. "Críticos influentes", diz Alexander, "poderiam mudar o debate político." A indústria precisa se preparar para responder a perguntas difíceis, mesmo que sejam apenas vagamente baseadas na realidade: quantas crianças passaram fome para que você fosse de carro ao trabalho hoje? Podemos acabar com as terras aráveis? Os biocombustíveis vão secar os aquíferos?

Nem todas as matérias primas são plantadas igualmente. Sabemos disso, naturalmente, mas as variações de produtividade são drásticas. Em termos de galões de combustível produzidos por hectare, de acordo com Aristides Patrinos, o presidente da Synthetic Genomics, a cana-de-açúcar (800) e switchgrass (gramínea de crescimento rápido, comum nas grandes planícies dos Estados Unidos – 500) superam o milho (375) ou a Jatropha (pinhão manso - 202). Ainda assim, sua empresa, iniciada por Craig Venter, está animada com a Jatropha, pois essa planta produz um óleo de alta qualidade, cresce em solos pobres e pode viver em regiões semi-áridas. "Esse é, em nossa opinião, o combustível ideal, porque não chega a competir pela mesma terra para produção de alimentos", disse Patrinos. É significantemente maduro para a modificação genética em busca de melhor produtividade. "Acabamos recentemente de anunciar a sequencia do genoma da Jatropha", disse ele. Quem diria?

Dois iniciantes bem financiados obtiveram resultados impressionantes. Um deles foi a Amyris Biotechnologies, já conhecida. Uma empresa fascinante, apoiada por Kleiner Perkins, a primeira a produzir uma droga anti-malária de baixo custo para a Fundação Gates e agora desenvolve combustível para motores diesel em uma planta piloto, no Norte da Califórnia. (Jack Newman, co-fundador, ficou popular por suas colunas no FORTUNE Brainstorm"s Green.)

O outro é a Solazyme, outra empresa que usa algas para converter matéria-prima celulósica em combustível. Harrison Dillon, o presidente e diretor de tecnologia, que também é um advogado de patentes, disse que a empresa é capaz de fazer combustível a base de óleo em escala comercial, mas que seus custos ainda são mais elevados que os combustíveis fósseis.

Devido à redução de capital, pode ser que produtores bem estabelecidos tenham de entrar no mercado de biocombustíveis para dar escala ao negócio. A DuPont e Genencor, divisão da dinamarquesa Danisco, formou uma joint venture no ano passado para desenvolver negócios com etanol celulósico, a partir do milho Stover ou switchgrass, no Tennessee, que forneceu subsídios para a unidade e paga aos agricultores para plantar o switchgrass (Leva três anos para desenvolver o primeiro grupo). A DuPont e a Genencor comprometeram-se com investimentos de US$ 140 milhões, por três anos. Eles, obviamente, têm capacidade de investir mais, se necessário.

Eles também têm histórico. A DuPont e a Genencor uniram-se a quase 15 anos, para investigar o processo que produz um material renovável conhecido como bio-PDO, que é fabricado a partir do amido de milho, aplicado em tapetes, têxteis e shampoos. É um dos grandes sucessos dos negócios com bio-materiais.

Fonte: Agenda Sustentável (http://www.agendasustentavel.com.br/)

quarta-feira, 31 de março de 2010

Biocombustível fortalece o Brasil com os africanos

Os crescentes investimentos em projetos para biocombustíveis nos países africanos ampliam as oportunidades de negócios em máquinas e implementos agrícolas nos próximos anos. As pesquisas em energias alternativas estão concentradas principalmente nos países que não produzem petróleo, onde ganharam importância diante da necessidade de alternativas para diversificação da economia. O maior volume dos estudos está concentrado no Oeste africano, que possui boa renda per capita e o clima é similar ao brasileiro, fazendo a cana-de-açúcar e o óleo de palma garantirem lugar de destaque.


No total, são 29 projetos de biocombustíveis e biomassa em andamento em 10 países, conforme levantamento realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Para o Brasil, a janela surge no momento em que se busca a consolidação do etanol como commodity internacional. Para galgar esse patamar, um dos requisitos apontados por especialistas é a difusão da tecnologia e produção para outros países. Dessa maneira, o Brasil se consolidaria como referência mundial em fornecimento de equipamentos para o etanol de cana.

Rodrigo Azeredo, do Ministério de Relações Exteriores (MRE), explicou que linhas de financiamento para exportações estão em estudo para viabilizar negócios com outros países. "Já temos um modelo bem sucedido com Gana e queremos aplicá-lo em outros países". Conforme disse, esse modelo utiliza o petróleo do país como garantia para formalizar finaneciamentos dos produtos brasileiros com prazo de pagamento superior a dois anos.

A busca por energias alternativas na África passou a ganhar espaço em 2006, quando foi criada a Associação Pan-Africana dos Países Não-Produtores de Petróleo (APNPP) ou "OPEP Verde". Atualmente a associação conta com 15 países membros.

O embaixador do Senegal no Brasil, Fode Seck, destacou a importância de fortalecer o fluxo entre ambos. Porém, reclamou do desinteresse dos empresários brasileiros pelos países que não possuem o português como idioma. "A tecnologia brasileira é mais adequada à África. No entanto, não vemos muitos (empresários brasileiros) interessados". Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2008, o continente africano foi o quinto maior comprador do Brasil, gerando US$ 10,1 bilhões em divisas. No mesmo período, a região consumiu 65% de produtos manufaturados.

"Nosso objetivo é aumentar as vendas em cerca de 45% nos países do bloco africano neste ano", disse Michael Steenmeijer, gerente comercial da BRN, fabricante e exportadora de carregadores para cana-de-açúcar. Ele observa que a região possui grande potencial de desenvolvimento porque possui baixo nível de tecnologia. "Por esse motivo queremos ganhar espaço com a implantação de produtos específicos nem cada país, que ainda colhem manualmente". Para isso, a companhia, que exporta a mais de 14 anos para a África, deve lançar uma moto-cana que facilita a colheita.

As perspectivas também são positivas para Luiz Guilherme Bueno, da Emit Brasil, companhia exportadora especializada no comércio de máquinas de maior porte, como tratores e colheitadeiras. "São economias em ascensão e muito promissoras. Esse fluxo comercial cresce a taxas de 30% anualmente" destacou. Segundo informou, a empresa atua há seis ano a expectativa é movimentar US$ 4 milhões nas transações comerciais com africanos em 2009.

"O mercado africano é o maior consumidor depois da américa latina", revela Mauri Fernandes, gerente de vendas para América Latina da New Holland. Eduardo Cordeiro, responsável pelas vendas para África da empresa acrescenta que os tratores lideram os embarques, que estão em expansão.

"O Brasil é uma potência agrícola e não podemos desperdiçar essa fase de desenvolvimento agrícola por lá", enfatizou José Mauro Couto, assessor para assuntos internacionais do MDIC. Para ele, também se trata de uma grande oportunidade para fortalecer o etanol como commoditie. "Os mercados não tradicionais são os que possuem maior potencial de expansão", afirmou.

Roberto Tenório

FONTE: GAZETA MERCANTIL

Publicado em: 03/04/2009

Site ABIN - http://www.abin.gov.br/modules/articles/article.php?id=4165

sexta-feira, 26 de março de 2010

Custos dos biocombustíveis

Estudo feito nos EUA compara impactos econômicos de biocombustíveis para a saúde e meio ambiente: custo do etanol de milho pode ser até duas vezes maior que o da gasolina

Créditos: DivulgaçãoUm estudo feito nos Estados Unidos destaca que substituir a gasolina ou o etanol de milho por etanol celulósico pode ser ainda melhor do que se imaginava para a saúde e o meio ambiente. A pesquisa será publicada no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

A pesquisa indica que o etanol celulósico tem menos efeitos negativos sobre a saúde humana por emitir menores quantidades de matéria fina particulada – um componente especialmente danoso da poluição atmosférica. Um estudo anterior havia mostrado que o etanol celulósico e outros biocombustíveis de última geração emitem também níveis mais baixos de gases de efeito estufa.

"Nosso trabalho destaca a necessidade de expandir o debate dos biocombustíveis para além das mudanças climáticas, a fim de incluir uma gama maior de efeito, como seus impactos na qualidade do ar", disse o autor principal do estudo, Jason Hill, professor do Instituto do Meio Ambiente da Universidade de Minnesota.

O estudo avalia o custo econômico do etanol celulósico, etanol de milho e gasolina para o meio ambiente e a saúde humana. Os cientistas concluíram que, dependendo dos materiais e tecnologias utilizados na produção, os custos do etanol celulósico para o meio ambiente e a saúde não chegam à metade dos custos da gasolina. Além disso, os custos do uso do etanol de milho variam: são no mínimo iguais aos da gasolina, podendo chegar até o dobro.

Para quantificar o impacto econômico dos biocombustíveis sobre o meio ambiente, os cientistas fizeram uma estimativa monetária dos custos para mitigação dos efeitos das emissões de gases de efeito estufa relativas à queima dos biocombustíveis e a todo seu ciclo de produção. Os parâmetros usados para essa quantificação se basearam em estimativas independentes de custo de mitigação de carbono, preços do mercado de carbono e custo social do carbono.

Para medir o impacto econômico na saúde, foram utilizadas as médias das despesas do sistema de saúde norte-americano com os impactos da exposição ao material particulado sobre a saúde.

O custo total da gasolina para a saúde e o meio ambiente é de US$ 0,71 por galão. O custo de uma quantidade equivalente de etanol de milho varia entre US$ 0,72 e US$ 1,45, dependendo da tecnologia usada na produção. A mesma quantidade de etanol celulósico gera custos de US$ 0,19 a US$ 0,32, dependendo da tecnologia e do tipo de material celulósico empregado.

"Esses custos não são pagos pelos produtores, nem pelos vendedores de gasolina e etanol. São custos pagos pelos consumidores", disse o coautor Stephen Polasky, professor do Departamento de Economia Aplicada da Universidade de Minnesota.

Os autores observaram poluentes emitidos em todos os estágios do ciclo de vida dos três tipos de combustíveis, incluindo a fase de produção e consumo. Eles avaliaram três métodos de produção do etanol de milho e quatro métodos de produção do etanol celulósico.

"Para se entender as consequências do uso de biocombustíveis sobre a saúde e o meio ambiente, temos que olhar muito além do escapamento dos automóveis e acompanhar detalhadamente a produção desses biocombustíveis. Ficou evidente que as emissões liberadas na produção do biocombustível realmente importam", declarou Hill.

O estudo também indica que outras vantagens potenciais dos biocombustíveis celulósicos – como a redução da quantidade de fertilizantes e pesticidas despejados em rios e lagos – também podem significar benefícios econômicos adicionais da transição para uma nova geração de biocombustíveis.

O artigo Climate change and health costs of air emissions from biofuels and gasoline, de Jason Hill e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

FONTE: Agência Fapesp

sexta-feira, 19 de março de 2010

Biocombustíveis: vantagens e desvantagens

Os biocombustíveis são fontes de energia renováveis, o que significa dizer que permitem a ciclagem da matéria na natureza. São obtidos a partir da cana-de-açúcar, do milho, de oleaginosas, resíduos agropecuários, dentre outras fontes.

Os biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol (álcool etílico), têm aparecido com frequência na mídia como alternativas para contenção do aquecimento global. Isso acontece porque os biocombustíveis permitem uma ciclagem do gás carbônico (CO2), apontado como um dos vilões do aquecimento global.




Como se pode ver na figura, o CO2 eliminado pelo veículo é reutilizado pelas plantas para a produção de mais biomassa, através da fotossíntese.

Parte dessa matéria orgânica produzida é usada para a produção de mais biocombustível, com devolução de CO2 para a atmosfera. Dessa forma, o equilíbrio consumo-liberação de CO2 pode ser estabelecido e a concentração do CO2 pode estabilizar.

Com os combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel, carvão, gás natural) esse equilíbrio não acontece.

Entenda o porquê:

Petróleo foi formado há milhões de anos (período Carbonífero), provavelmente de restos de vida aquática animal acumulados no fundo de oceanos primitivos e cobertos por sedimentos. Com ação da alta pressão e temperatura, o material depositado sofreu uma grande quantidade reações químicas, originando massas viscosas, de coloração negra – as jazidas de petróleo. Quando queimado ocorre, então, liberação de CO2 que foi retirado da atmosfera do planeta há milhões de anos. Como não há nenhum mecanismo atual para capturar esse CO2 para produção de mais petróleo (que é considerado um recurso não renovável), o uso desses combustíveis acaba promovendo um aumento na concentração de CO2 na atmosfera. Como curiosidade, para cada 3,8 litros de gasolina queimados, 10 kg de CO2 são liberados para a atmosfera.

1. Vantagens de uso dos biocombustíveis

- Possibilita o fechamento do ciclo do carbono (CO2), contribuindo para a estabilização da concentração desse gás na atmosfera (isso contribui para frear o aquecimento global);

- No caso específico do Brasil, há grande área para cultivo de plantas que podem ser usadas para a produção de biocombustíveis;

- Geração de emprego e renda no campo (isso evita o inchaço das cidades);

- Menor investimento financeiro em pesquisas (as pesquisas de prospecção de petróleo são muito dispendiosas);

- O biodiesel substitui bem o óleo diesel sem necessidade de ajustes no motor;

- Redução do lixo no planeta (pode ser usado para produção de biocombustível);

- Manuseio e armazenamento mais seguros que os combustíveis fósseis.

2. Desvantagens do uso dos biocombustíveis

- Consome grande quantidade de energia para a produção;

- Aumento do consumo de água (para irrigação das culturas);

- Redução da biodiversidade;

- As culturas para produção de biocombustíveis consomem muitos fertilizantes nitrogenados, com liberação de óxidos de nitrogênio, que também são gases estufa;

- Devastação de áreas florestais (grandes consumidoras de CO2) para plantio das culturas envolvidas na produção dos biocombustíveis;

- Possibilidade de redução da produção de alimentos em detrimento do aumento da produção de biocombustíveis, o que pode contribuir para aumento da fome no mundo e o encarecimento dos alimentos;

- Contaminação de lençóis freáticos por nitritos e nitratos, provenientes de fertilizantes. A ingestão desses produtos causa problemas respiratórios, devido à produção de meta-hemoglobina (hemoglobina oxidada);

- A queima da cana libera grandes quantidades de gases nitrogenados, que retornam ao ambiente na forma de “chuva seca” de fertilizantes, segundo pesquisa do químico ambiental Arnaldo Cardoso e publicada na revista “Unesp Ciência, edição de fevereiro de 2010. Nos ambientes aquáticos, o efeito é muito rápido: proliferação de algas, com liberação de toxinas e consumo de quase todo oxigênio da água, o que provoca a morte de um grande número de espécies.

Crédito: Sandro Falsetti / 'Unesp Ciência' fevereiro de 2010, pág. 43.
Como se vê, os biocombustíveis não são a grande solução para o problema energético do mundo. É necessário repensar sobre o uso de outras formas alternativas de energia, como a eólica e a atômica (que vem ganhando força no mundo científico).

Fonte: http://www.vestibulandoweb.com.br/biologia/teoria/biocombustiveis.asp

quarta-feira, 10 de março de 2010

É possível produzir biocombustível sem afetar o cultivo de alimentos?

Organizações humanitárias dizem que faltará alimento se as terras férteis forem destinadas à produção de biocombustíveis. Especialistas canadense e australiano acreditam que há espaço para os dois e ainda para preservar o meio ambiente (Isis Nóbile Diniz)

Cortador colhe cana-de-açúcar, matéria prima para biocombustível

Segundo consultores, é possível plantar alimento, biocombustível e ainda preservar os biomas brasileiros

O Brasil tem terra suficiente para cultivar alimentos, plantar cana-de-açúcar para produzir biocombustível e, ao mesmo tempo, preservar seus seis biomas? O canadense Mark Lee, diretor da consultoria SustainAbility, e o australiano David Hone, representante do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, em inglês), acreditam que sim. A resposta foi dada em entrevista a ÉPOCA realizada durante o 3º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, em São Paulo.

Atualmente, pesquisadores e governantes discutem se o destino de terras férteis para a produção de biocombustível poderá interferir no cultivo de alimentos. Isso porque os biocombustíveis são feitos a partir de plantas, entre elas a cana-de-açúcar, o milho e a soja, que poderiam servir para consumo. Representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) dizem que o uso de terras para produzir biocombustíveis diminui a área destinada aos alimentos – o que poderia ocasionar falta de comida. Por outro lado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) do Brasil afirma que os biocombustíveis não prejudicam a produção ou o abastecimento de alimentos.

Saiba mais: “Os biocombustíveis podem suprir 30% da demanda mundial no transporte”

Um dos pontos mais críticos da discussão é o alerta dos ambientalistas de que a demanda de terras para ambos os plantios destruirá o que resta das matas nativas. Uma pesquisa realizada pela ONG WWF prevê, em dez anos, o desmatamento de 10 milhões de hectares do cerrado para a produção de grãos e de cana-de-açúcar. Para se ter uma ideia da dimensão do desmatamento, os estados do Maranhão e do Piauí poderão sofrer uma perda de 30% da cobertura vegetal.

Os especialistas Hone e Lee acreditam que o debate tem uma solução. No lugar de grandes plantações contínuas de alimento ou de biocombustível, para eles, o ideal seria intercalar pequenas propriedades destinadas ao cultivo de alimentos, outras à plantação para biocombustíveis e as demais para a preservação dos biomas. "Não é uma questão simples", diz Lee. Requer estudos e análises. "O ser humano costuma fazer o que é mais fácil", afirma Hone.

Em paralelo à discussão, as empresas e alguns governos como o brasileiro continuam estimulando o uso de biocombustíveis. O especialista David Hone, além de representante do WBCSD, é consultor sobre mudanças climáticas da Shell. Ele diz que os biocombusíveis estão entre as duas principais linhas de pesquisa da empresa. "Esperamos ter sucesso nessa área", afirma. A outra frente de pesquisa é de sequestro de carbono. Trata-se de estocar o gás poluente em algum lugar, como no solo, para que ele não polua o ar. "Este caso é mais complicado. Para a empresa investir em novas tecnologias nessa área, o carbono deve ter um preço", afirma. Na Europa, quanto mais as empresas emitem de carbono em sua produção, maiores as taxas que pagam para o governo. Esse tipo de iniciativa precisaria se desenvolver.

De qualquer maneira, para os especialistas, o Brasil é privilegiado. Afinal, o país possui terras para o cultivo de alimentos, plantação de biocombustíveis e, ao mesmo tempo, tem espaço para preservar a natureza. O país poderia, então, ser um líder mundial relacionado à sustentabilidade? "O Brasil já está exportando tecnologia de biocombustível para veículos. Há, sim, oportunidades para o país liderar na questão da sustentabilidade", diz Hone. Mas Lee afirma que os países são competitivos. O fato de o Brasil exportar biocombustível e tecnologia "verde" não garante sua liderança no setor. "Estamos vivendo como se estivéssemos montando um quebra-cabeças. Não há resposta definitiva", diz Hone.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI86636-15223,00.html

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O que é biocombustível?

Biocombustível é um tipo de fonte de energia produzido através de fontes renováveis da biomassa e que poluem menos que os derivados industriais do petróleo sendo assim menos prejudiciais ao meio ambiente.

O biocombustível ou combustível biológico é uma alternativa viável para substituição do petróleo com um série de vantagens, tanto ambientais, como econômicas e sociais. Há um indicativo de que é possível adicionar 5% de biocombustível no diesel de petróleo, que alimenta a economia, diminui a importação de petróleo e reduz a poluição.

Abaixo alguns tipos de biocombustíveis:
- Biodiesel
- Madeira / carvão
- Gás Natural
- Álcoois
- Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
- Hidrogênio

Fonte: http://www.coladaweb.com/quimica/combustiveis/biocombustivel
Autoria: Carla Daiane Lima Zambon